Entrevistas

Andrea Feine: “Quando avaliamos, entendemos que algumas ações que nos trouxeram até aqui foram fundamentais e assertivas”

Foto: Divulgação

Se existe uma palavra que define o sucesso da marca Andrea Feine, é movimento. A empresa carrega em seu DNA mais do que o mesmo nome de sua fundadora, mas também o desejo pela mudança, qualidade e inovação. Administradora de empresas e academica de Processos Gerenciais, Andrea não consegue ficar parada e zona de conforto não é o local em que a empresária aceita estar.

Um exemplo disso foi a inauguração da loja conceito, que reúne em um só prédio fábrica, vendas e espaço de recepção e confraternização.  Aos olhos da CEO, a empresa segue se reinventando sem deixar de lado a sua marca registrada, a paixão por vestir janelas. Acompanhe aqui a entrevista concedida pela empresária.

ARQ: Como surgiu a ideia de trabalhar com cortinas residenciais e corporativas?

Foi há muitos anos, conversando com uma senhora que me explicava como ela iria fazer suas cortinas. Ela iria escolher um tecido, mediria e depois iria costurar. Em seguida pediria para o seu cunhado instalar. Todo esse processo, bem trabalhoso e feito por ela, me deu um insight em facilitar a vida das pessoas e fornecer todas estas etapas num lugar só. Foi assim que comecei, 19 anos atrás.

ARQ: Qual o desafio de trabalhar com equilíbrio e afinidade entre loja, fábrica e prestação de serviço?

Realmente é desafiador, pois cada uma destas áreas tem demandas muito diferentes. Então para organizarmos com maestria estas três áreas, definimos um responsável tático, para cada uma, que coordena de perto e alinha com a direção.

ARQ: A loja Andrea Feine é conhecida como um espaço de portas abertas a profissionais de Arquitetura e Decoração e, também, a estudantes de cursos de graduação das áreas. Qual a importância de cultivar este relacionamento desde o ensino superior até a execução de projetos como profissional?

Acreditamos que compartilhar o conhecimento da nossa experiência em obras com profissionais da área e estudantes agrega muito. Podemos melhorar o mercado juntos e com essa ação todos ganhamos. As inscrições frequentes no nosso workshop, através do site, é prova que esta troca é relevante. A busca por conteúdo tem aumentado muito, o que nos deixa felizes, pois a qualificação é o caminho para que os projetos tenham um ótimo resultado.

ARQ: Em 2018 a loja ganhou um novo espaço, que abriga, além do ambiente de loja, fábrica e logística um local de recepção e confraternização. Como este conceito foi pensado?

Este conceito foi pensado em uma viagem de benchmark pela Europa. Por 30 dias visitei importantes empresas como Hermes, Louis Viutton, Heineck e Mercedes Benz. Compreendi vários conceitos e um deles é que não comercializamos um produto somente, mas sim o que ele representa. Então foi um raciocínio lógico: trabalhamos com cortinas, mas ela gera bem estar, ambiente familiar, aonde recebemos amigos, somos felizes e nos sentimos bem. Isto nos levou a fazer uma empresa acolhedora pautada em experiência agradáveis, com música na parte externa, aromas, bons cafés, bolinhos, pão de queijo, rooftop com astral legal e muita comida boa, trazendo bem estar e  brindando  a vida.

ARQ: Às vésperas de completar 20 anos de atuação, qual foi, pensando no passado, o maior desafio enfrentado? E, dele, que lição ficou para o futuro?

O maior desafio foi em 2012, quando eu tive que ter muita disciplina para sair do operacional, delegar e ficar somente na gestão estratégica, cumprindo o papel de diretora da empresa. Como uma boa empreendedora, adorava o que eu fazia, atender aos clientes era uma verdadeira alegria e deixar de faze-lo e delegar foi muito difícil. Mas superei com a ajuda de muitas pessoas competentes. Eu sabia que centralizar limitaria o crescimento. Hoje, após sete anos, eu vejo isto com mais clareza.

ARQ: Duas décadas de trabalho também dão propriedade para falar sobre tendências na área e projeções de mercado. O que você tem percebido como uma tendência a prosperar, e qual a projeção para o mercado de cortinas, persianas e papéis de parede para os próximos cinco anos?

Sobre o mercado, acredito muito que nós, brasileiros, somos exigentes. Às vezes não importa a condição financeira, gostamos de  ter coisas boas, produtos de marca, produtos duráveis, e isto gera uma tendência de que temos que fazer as coisas com profissionalismo, não podemos fazer de qualquer maneira. Vejo que as marcas populares estão nesta premissa já algum tempo e vão continuar assim.  Mesmo os produtos mais econômicos terão que ter um bom design. Como, por exemplo, roupas simples terão que ter um estilo atual e bonito. No meu ramo as cortinas precisam não apenas serem bonitas, mas precisam proprocionar ao cliente conforto térmico, acústico e visual e, também, facilitar o dia a dia através da motorização e automação, trazendo saúde e felicidade para as pessoas.

Os papéis de parede vieram para ficar e transformam o ambiente, gerando muito prazer para quem os aprecia.

ARQ: Em 2015 vocês abriram mercado internacional, estreando no ramo das exportações. Como é olhar para trás e ver a história de uma empresa que começou tímida e hoje está presente em obras de outro continente?

Orgulho, este é o sentimento.  Quando se é pequeno é quase impossível acreditar que as coisas vão acontecer, pois há excesso de trabalho, as dificuldades são enormes e o crescimento é desordenado. Após anos, quando colhemos os frutos e avaliamos, entendemos que algumas ações que nos trouxeram até aqui foram fundamentais e assertivas.

ARQ: Como trabalhar a história da marca e agregar valor ao produto através dela? A marca Andrea Feine está atrelada ao Anuário ARQ e construiu uma parceria forte com o livro. Qual a importância de apoiar publicações deste segmento? E mais, qual a importância de incentivar e viabilizar a entrada de profissionais nestas mesmas publicações?

Muitas empresas mundiais, de 150 anos de história, tem excelentes storytellings. Este conteúdo agrega, da sentido a marca e, aliado a produtos de qualidade, sustentabilidade e equipes bem treinadas, fazem a diferença, criam um outra percepção de valor aos olhos dos clientes e geram valor. Não adianta ter produtos ruins, atendimentos ruins e querer cobrar valores que não condizem, pois o consumidor se sente lesado. Os empresários precisam estar atentos a tudo isto, o consumidor está ligado.

Participo do livro ARQ porque este é um produto que tem sentido, tem um visual bacana, fotos de trabalhos que se eternizam e gera um conteúdo que agrega para clientes, profissionais e estudantes. O resumo disto é beleza e qualidade que geram conteúdo.

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