Entrevistas

[ARKTALKS] Patrícia Pasini: “Através da arquitetura conseguimos traduzir a alma dos lugares e dos usuários”

Trazendo consigo desde criança a paixão pela arquitetura, Patrícia Pasini acredita que a arquitetura é algo feito para as pessoas e isso é o que mais importa. Confira nosso bate papo com ela.

Arquiteta Patricia Pasini
Arquiteta Patricia Pasini

O que despertou a sua paixão pela arquitetura? Quais foram as influências?

Desde criança sempre falei que gostaria de ser arquiteta para projetar casas! Lembro de passear com meu pai de carro, para olhar residências construídas em um momento em que ele iria construir nossa nova casa! No final do ensino médio fiz um teste vocacional e o mesmo confirmou essa minha vontade de exercer essa profissão! Eu sempre digo que arquitetura para mim é muito mais que uma profissão, arquitetura faz parte do meu ser! Eu acredito em uma arquitetura que faça a real diferença na vida das pessoas!

Como iniciou no mercado de trabalho? Você lembra da primeira experiência fora da universidade?

Quatro meses após minha formatura abri meu primeiro escritório juntamente com uma colega e esta foi minha primeira experiência profissional após sair da universidade.

Qual foi o primeiro projeto executado totalmente por você? E qual foi a primeira dificuldade superada?

Minha primeira obra foi de um apartamento de cobertura, onde fui responsável pela adaptação de todo o layout e infraestruturas da unidade e posteriormente, acabamentos, revestimentos, iluminação e marcenaria. Foi um projeto completo onde as dificuldades normais de uma primeira obra apareceram, mas sempre superei cada uma delas buscando sempre informações técnicas com fornecedores e parceiros, para que o projeto e a execução se dessem da melhor forma.

De onde você tira inspiração para projetar?

Minha inspiração é diária, em todos os momentos da minha vida! Respiro e vivo arquitetura 24 horas do meu dia! Seja em viagens, onde você observa diferentes culturas e modos de viver, seja em feiras e mostras técnicas, atualizações com fornecedores e até mesmo seguindo bons perfis em redes sociais! Alimento diariamente minha mente com imagens agradáveis, observando a natureza, as pessoas e os espaços que frequento!

Pensando em seus clientes, o passar dos anos modificou as prioridades na hora de morar?

Sim, hoje os clientes não aceitam mais projetos que sejam baseados apenas na estética. Eles também precisam ser extremamente funcionais! E também percebo que o consumo atualmente é mais consciente e o luxo hoje é você ter um ambiente, um espaço em que você se reconheça e não necessariamente uma obra executada de alto padrão.

O quanto você aposta em tendência e o quanto acredita em estilo?

Acho extremamente importante o profissional de arquitetura estar atualizado nas tendências de mercado, para que possamos sempre oferecer o que há de mais novo e melhor para nossos clientes. Mas também acredito muito e prezo por isso em cada projeto de meu escritório, para que eles tenham a alma e a personalidade dos meus clientes, sem seguir à risca algum estilo específico. Quero que meus clientes se reconheçam no espaço projetado especialmente para eles! O meu propósito enquanto arquiteta é traduzir a essência humana através de uma arquitetura sensível!

Pensando em mercado, quais os novos desafios apresentados por ele?

Acho que os desafios que se apresentam atualmente no mercado de arquitetura são a importância e a necessidade de exercermos nossa profissão com seriedade e responsabilidade, mostrando aos clientes que além de artistas, somos técnicos especializados na área.

Como professora sempre procuro ressaltar isso com meus alunos, para que os próprios profissionais se valorizem diante de tantos outros que que exercem a profissão sem estas preocupações e acabam, por muitas vezes, desvalorizando o setor, inclusive na questão financeira.

Se pudesse definir a profissão em uma frase, qual seria?

Acredito que a arquitetura é algo feito para as pessoas e isso é o que mais importa! Através dela conseguimos traduzir a alma dos lugares e dos usuários destes espaços através da sensibilidade, experiência e habilidade do profissional arquiteto.

Como conheceu o Anuário de Arquitetura e Design da Serra Gaúcha? E por que decidiu apostar na publicação?

O Gustavo me convidou para participar desde a primeira edição, quando o livro ainda possuía poucas páginas! Ele também me convidou para escrever um pequeno texto sobre arquitetura para este primeiro livro! Acreditei e apostei na ideia dele porque senti que havia muito empenho na realização deste sonho e também porque acreditei ser uma forma muito interessante de valorizar e divulgar os trabalhos de arquitetura! Participei de todas as edições, e desde o primeiro lançamento até o último a emoção é sempre muito grande ao ver meus projetos nas páginas do Anuário!

Publicado por:

Editora Audaz

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