Entrevistas

[ARKTALKS] Walkiria D’Puig: “Arquitetura é transformar um problema em uma realização, é uma metamorfose”

Tendo como sua maior influenciadora a sua própria mãe, a arquiteta Walkiria D’Puig acredita que cada arquiteto tem sua linha de trabalho baseada no seu estilo de arquitetura, naquilo que ele acredita e claro, filtrado e adaptado ao estilo do cliente. Confira nosso bate papo com ela!

Arquiteta Walkiria D'Puig
Arquiteta Walkiria D'Puig

ARQ: O que despertou a sua paixão pela Arquitetura? Quais foram as influências?

Desde pequena eu adorava desenhar e minha maior influência foi a minha mãe que, embora seja nutricionista, adora arquitetura e sempre estava fazendo alguma obra na nossa casa. Acho que meu interesse despertou através desse contato em casa. Além disso, da minha professora de educação artística, Maris Gengnagel, que sempre fazia desenhos maravilhosos para nós alunos.

ARQ: Como iniciou no mercado de trabalho? Você lembra da primeira experiência fora da universidade?

Antes mesmo de me formar eu já tinha feito alguns projetos para lojas no Aeroporto Salgado Filho, de Porto Alegre, em parceria com o Roberto Hentschke, que também é arquiteto e trabalha com execução de obras. Após formada, fui direto participar da Casa Cor RS, fiz um ambiente que era uma adega, junto com uma professora da faculdade, Cristiana Bersano. Foi uma super experiência, pois todo o projeto precisa estar bem alinhado para ser executado no curto período de obra. Desde então eu já iniciei meu escritório próprio.

ARQ: Qual foi o primeiro projeto executado totalmente por você? E qual foi a primeira dificuldade superada?

Foi um apartamento em Porto Alegre (fiz a faculdade e morei lá por 15 anos) de uma tia minha, de 200m2. A maior dificuldade foi buscar fornecedores, mas depois de encontrar uma boa equipe o trabalho se desenvolveu tranquilamente. O projeto foi a parte mais fácil, sempre tive facilidade, especialmente no desenvolvimento de soluções de layout (planta baixa).

ARQ: De onde você tira inspiração para projetar?

Acho que a inspiração está no nosso dia a dia, no que a gente consome na internet, em livros e especialmente em viagens. Tudo o que a gente vive fica guardado na memória para ser buscado quando preciso. As vezes é um detalhe em um hotel diferente, em um restaurante… tudo vira referência e inspiração.

ARQ: Pensando em mercado, quais os novos desafios apresentados por ele?

Acho que os espaços, mais do que nunca, precisam ser muito bem estudados. A beleza é fundamental, mas não é o mais importante. O primordial é a boa solução dos ambientes, as diversas configurações que um mesmo ambiente pode ter e isso ser escolhido de acordo com o lifestyle do usuário. Funcionalidade aliada a estética, ambas caminham juntas.

ARQ: O quanto você aposta em tendência e o quanto acredita em estilo?

Tendência é o que alimenta nossa mente e nosso desejo naquele momento, mas na semana seguinte já surge algo novo e o anterior já virou ultrapassado. O estilo é atemporal. Cada arquiteto tem sua linha de trabalho baseada no seu estilo de arquitetura, naquilo que ele acredita e claro, filtrado e adaptado ao estilo do cliente. Acredito que essa seja a arquitetura de qualidade. Não gosto muito de seguir tendências, elas são passageiras.

ARQ: Se pudesse definir a profissão em uma frase, qual seria?

Desafiadora. Arquitetura é transformar um problema em uma realização, é uma metamorfose. Você pega um ambiente degradado e entrega um lugar completamente diferente para o cliente, onde ele vai passar o dia no trabalho pensando no momento de voltar para casa e curtir. É maravilhoso!

ARQ: Como conheceu o Anuário ARQ? E por que decidiu apostar na publicação?

Conheci através da internet, vendo publicações de colegas. Depois recebi a visita do Octávio me convidando para participar da edição de Porto Alegre, em 2018, e não tive dúvidas em aceitar.

Publicado por:

Editora Audaz

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