[ARQTALKS] “Arquitetura é aprender e empreender todos os dias”

Com 11 anos de formação, e mais da metade deles dedicados ao escritório Tríptica Arquitetura, Francine Calegari Franciscatto nasceu e cresceu em meio às obras comandadas por seu pai. No momento da escolha do curso, não teve dúvidas. O ambiente de projetos, por mais desafiador que fosse, trouxe, e continua a trazer, satisfação e realizações para a arquiteta. Cada vez mais envolvida com ferramentas digitais, é o atendimento humano aos clientes e o profissionalismo aparente que a colocam no topo quando o assunto é arquitetura em Santa Maria – RS e região.

ARQ: O que despertou a sua paixão pela Arquitetura? Quais foram as influências?

Meu pai é engenheiro. O universo das obras era bem próximo de mim. Acompanhava algumas obras desde pequena o que influenciou muito a minha decisão.

ARQ: Como iniciou no mercado de trabalho? Você lembra da primeira experiência fora da universidade?

Iniciei no mercado de trabalho logo que me formei, pois a construtora do meu pai estava lançando um novo empreendimento e logo já conquistei os clientes sem mesmo captar. Foi um desafio pois tive que entender de negócio, venda de projetos, execução de obras sem ter experiência alguma nessa parte.

ARQ: Qual foi o primeiro projeto executado totalmente por você? E qual foi a primeira dificuldade superada?

Lembro que foi o projeto de uma residência. A maior dificuldade foi entender da execução da obra pois desenvolver o projeto é uma realidade muito presente durante toda faculdade, então projetar não foi difícil. Mas a execução da casa foi o mais desafiante!

ARQ: De onde você tira inspiração para projetar?

A inspiração vem de todos os lugares que visito. Das viagens, das revistas, dos livros, das vivências… Arquiteto tem mente inquieta! Eu sou muito curiosa e vivo observando tudo por onde ando… a inspiração ocorre sem pensar!

ARQ: O quanto de um projeto é fruto do estilo próprio do arquiteto e o quanto é personalidade dos clientes?

Posso dizer que é uma mistura difícil de medir. O cliente quando procura um arquiteto ele se identifica com o estilo de arquitetura do escritório. Então, o trabalho do arquiteto é interpretar o estilo e organizar as ideias do cliente.

ARQ: Pensando em seus clientes, o passar dos anos modificou as prioridades na hora de morar?

Mudou sim. Hoje a tecnologia e o mercado alteraram o estilo de vida das pessoas e consequentemente as suas prioridades.

ARQ: Pensando em mercado, é mais fácil ser arquiteto hoje do que quando iniciou sua carreira?

Era mais fácil ser arquiteta quando iniciei a carreira. O mercado era menos competitivo. Antes o cliente te procurava com a certeza que iria fechar a proposta de trabalho, hoje ele visita mais 2 escritórios antes de fechar contigo.

ARQ: Qual a importância de ter um profissional assinando a obra?

Um profissional assinando a obra é uma garantia de uma edificação funcional, de um projeto bem feito e de uma execução mais eficiente.

ARQ: O quanto você aposta em tendência e o quanto acredita em estilo?

Tendências faz parte do universo da arquitetura de interiores. Cada vez mais optamos por arquiteturas atemporais, porém a tendência é algo que não temos como fugir. Tendências estão ligadas as inovações do mercado. E não utilizar algo novo na arquitetura é entregar o escritório a falência.

ARQ: Pensando em mercado, quais os novos desafios apresentados por ele?

Estar sempre atualizada. Encarar arquitetura como negócio e não simplesmente como um serviço prestado.

ARQ: Podes nos contar uma história de sucesso, algum projeto que se orgulhe e que não vai mais esquecer?

Um projeto de sucesso foi um projeto de arquitetura comercial que realizei para minha irmã logo que me formei. Abracei demais aquele projeto, vivi intensamente ele, desenvolvi com ela o conceito da marca além da arquitetura. Hoje ele segue funcionando, és uma loja de muito sucesso no mercado e me orgulho muito dele.

ARQ: E na contramão, existe alguma história de insucesso que queira compartilhar? Qual a lição tirada dela?

O insucesso de um projeto acontece quando o cliente contrata um profissional da arquitetura e opta por fazer da sua forma, o que nos entristece muito, pois ele não consegue visualizar o real sentido de um arquiteto na sua obra.

ARQ: Qual o futuro da arquitetura em meio a contínua inovação tecnológica?

Com os avanços tecnológicos a arquitetura está se encaminhando para tudo mais virtual. Mesmo que eu acredite que o lado humano no atendimento ao cliente é o que faz diferença durante a idealização de um projeto.

ARQ: Se pudesse definir a profissão em uma frase, qual seria?

Arquitetura é aprender e empreender todos os dias. Uma eterna realização a cada projeto executado.

ARQ: Como conheceu o Anuário ARQ de Arquitetura e Decoração? E por que decidiu apostar na publicação?

Foi por meio de uma indicação de fornecedor. Apostamos na publicação porque percebemos o quanto o Anuário era rico, sério e profissional. Já participamos de 4 edições e só temos bons resultados.