Entrevistas

[ARQTALKS] Arquitetura para a vida

Foto: Marcelo Hubner

Do interesse pelo desenho na infância a uma parceria que resultou em experiências de trabalho e de vida, é assim que Claudia Ruzzarin Veronese e Gildo Felipe Muner trabalham junto no escritório Criação Urbana Arq. e Construções Ltda. O escritório, fundado por Gildo há 30 anos, e que conta com o profissionalismo de Cláudia há mais de duas décadas, é responsável por criar projetos cheios de personalidade e que desafiam os arquitetos há inovar cada vez mais em seus estilo.

ARQ: O que despertou a sua paixão pela Arquitetura? Quais foram as influências?

Claudia – Adorava desenhar e observar todos os detalhes de uma residência, meu primeiro projeto foi com 5 anos, meus pais sempre me levavam para ver as casas novas na cidade. É essencial para ter uma carreira sólida trabalhar com o que nos deixa felizes e realizados.

Gildo – Sempre tive interesse pelo desenho e pela organização e a arquitetura une estes dois interesses na essência do seu trabalho. É importante trabalhar no que se gosta.

ARQ: Como iniciou no mercado de trabalho? Você lembra da primeira experiência fora da universidade? 

Claudia – Iniciei trabalhando como arquiteta, funcionária na Criação Urbana com o arquiteto Gildo, depois de 3 anos, me convidou para ser sua sócia, e estamos trabalhando até hoje. Minha primeira experiência foi uma residência para uma casal.

Gildo – Iniciei meu trabalho abrindo um escritório de arquitetura e engenharia com outros colegas. O Brasil, naquele momento, vivia uma fase com muitos projetos e construções. O meu primeiro projeto foi uma residência unifamiliar para um casal e três filhos.

ARQ: Qual foi o primeiro projeto executado totalmente por você? E qual foi a primeira dificuldade superada?

Claudia –  Foi uma residência, a dificuldade foi saber entender todo o processo, projetamos, mas para sair do papel, precisamos de muitos prestadores de serviço para ficar pronta a obra, e neste caminho temos que aprender mutuamente para chegar ao objetivo comum.

Gildo – Meu primeiro projeto foi uma residência unifamiliar e a primeira dificuldade foi de entender as gírias, relativas a construção, dos construtores, encanadores e eletricistas da obra.

ARQ: De onde você tira inspiração para projetar?

Do próprio cliente, fizemos um questionário para entender as necessidades e desejos de cada família, cada cliente, cada espaço, vamos criando mentalmente e imaginando o espaço pronto completo, e com todas as viagens, palestras, feiras, Salão de Milão, lançamento de produtos e experiências que com muita observação vai nos inspirando.

ARQ: O quanto de um projeto é fruto do estilo próprio do arquiteto e o quanto é personalidade dos clientes?

Nós, arquitetos, somos preparados para identificar o estilo, gostos, anseios, desejos e objetivos dos clientes que estão nos contratando para projetarmos qualquer tipo de estilo, do contemporâneo, clássico, rustico, e agora acabamos de fazer uma residência em estilo industrial. Sempre dizemos que a marca do nosso trabalho é a personalização, a casa do cliente tem que ter a cara dele, tem que se identificar, se sentir bem, com as características de cada família.

ARQ: Pensando em seus clientes, o passar dos anos modificou as prioridades na hora de morar?

Sim, hoje os clientes querem mais conforto e funcionalidade, praticidade e que tenham a personalização.

ARQ: Pensando em mercado, é mais fácil ser arquiteto hoje do que quando iniciou sua carreira?

Era mais fácil pois tinham menos profissionais atuando, por outro lado hoje temos mais ferramentas para mostrar para o cliente como ficará o projeto através de imagens 3d e renderizções.

ARQ: Qual a importância de ter um profissional assinando a obra?

A importância, é a responsabilidade e a garantia do profissional, estar a par de todos os processos, materiais, tendências, e Segurança, nós arquitetos estamos em constante aperfeiçoamento, todos os dias são lançados produtos, de todos os tipos e preços, cabe a nós, identificar. Juntar tudo e saber escolher qual a melhor opção para o cliente. O cliente tende a ver cada produto isoladamente e nós profissionais já estamos vendo tudo pronto, com integração e formando uma unidade.

ARQ: O quanto você aposta em tendência e o quanto acredita em estilo?

As tendências sempre somam, são linhas de estilo que podemos seguir dependendo de cada projeto, mas cada projeto é único, acreditamos no estilo de cada cliente.

ARQ: Pensando em mercado, quais os novos desafios apresentados por ele?

Desde que iniciamos, o mercado vem se modificando, a era digital, em que estamos vivendo, tornou tudo mais rápido e com uma velocidade preocupante. Temos que ir nos moldando a novos desafios constantes. E para seguir juntos estamos em constante aperfeiçoamento e atualizações, para sempre apresentar o melhor para nossos clientes sem sempre esquecer de que parcerias, e o verbo conectar são indispensáveis para qualquer case de sucesso.

ARQ: Podes nos contar uma história de sucesso, algum projeto que se orgulhe e que não vai mais esquecer?

Foi em 2003, fomos premiados em primeiro lugar eleito pelo público visitante, para a primeira edição do Casa& Cia Serra, tivemos uma repercussão enorme e um reconhecimento do público muito bacana, o dormitório da Menina, foi matéria do Zero Hora, RBS TV, e tivemos vários clientes de Porto Alegre e até de outros estados, nos ligando para fazer um projeto com aquele estilo. Fechamos vários contratos e nossa carreira impulsionou para a arquitetura de interiores também, que anteriormente era mais direcionada para as obras.

ARQ: E na contramão, existe alguma história de insucesso que queira compartilhar? Qual a lição tirada dela?

Aprendemos depois de uma experiência, que em qualquer situação, não fizemos projeto nenhum sem antes assinar um contrato, isto garante nosso processo de criação e direitos autorais.

ARQ: Qual o futuro da arquitetura em meio a contínua inovação tecnológica?

Arquitetura é sentimento, é criação, é ciência, é matemática, é um processo, do início ao fim, precisa de confiança, responsabilidade e sensibilidade, e o mais importante neste processo todo, é que precisa de pessoas, a inovação tecnológica só vem a somar, dar mais segurança e inovação a todos estes processos.

ARQ: Se pudesse definir a profissão em uma frase, qual seria?

Claudia – Arquitetura é história, conta a vida das pessoas, o modo de ser e pensar, arquitetura é vida, é essencial na vida das pessoas, faz parte em todos os lugares que vamos, ou conhecemos, despertando curiosidade e sensações das mais diferentes.

Gildo – Criar dentro dos seus condicionantes.

ARQ: Como conheceu o Anuário de Arquitetura e Design da Serra Gaúcha? E por que decidiu apostar na publicação?

Conhecemos através de uma amiga muito querida, que nos apresentou o projeto, e decidimos apostar na publicação por causa da qualidade, formato e seriedade, um veículo para mostrarmos um projeto muito especial e brindar estes clientes.-

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Imagem do projeto residencial publicado por Cláudia e Gildo no Anuário de Arquitetura e Design da Serra Gaúcha 2019. Foto: Guilherme Jordani

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