Entrevistas
[ARQTALKS] “Não existe nada tão ruim que não possa ser melhorado com a nossa profissão”

Natália Kuhn conhece bem o que a dedicação e o trabalho duro podem trazer para a carreira de um profissional. Mais do que sonha em participar da Casa Cor RS, ela emplacou um projeto de seu escritório ND HAUS, que comando com a parceria da irmã arquiteta Danixa Kuhn, na maior mostra de arquitetura do estado. Ela nos contou como iniciou na carreira e como os erros a transformaram na profissional reconhecida que é hoje.
ARQ: O que despertou a sua paixão pelo Design de Interiores? Quais foram as influências?
A capacidade de admirar a transformação. Acredito que aquele sentimento de familiaridade instantânea. Influência? A influência foi minha curiosidade, eu desde pequena perguntava quem deixava as coisas mais bonitas.
ARQ: Como iniciou no mercado de trabalho? Você lembra da primeira experiência no mercado?
Iniciei errando muito, pagando muita pedra e MDF! (rs)
Mas como minha irmã já estava no mercado, eu iniciei logo trabalhando com ela.
ARQ: Qual foi o primeiro projeto executado totalmente por você? E qual foi a primeira dificuldade superada?
O meu primeiro projeto significativo totalmente criado por mim foi a cafeteria Quiero Café. Dificuldade nele? Aprovaram de primeira! Talvez por isso que deu certo. (rs)
ARQ: De onde você tira inspiração?
Minhas inspirações vêm principalmente de viagens. Mesmo se eu preciso ir para o mesmo lugar, eu tento fazer um caminho diferente, para ver algo novo. Adoro experimentar, adoro escutar pessoas inteligentes. Tento visitar muita galeria de arte também, conviver com artista e eventos culturais, acredito que eu procurar o conceito de tudo me dá muito mais inspiração.
ARQ: O quanto de um projeto é fruto do estilo próprio do design e o quanto é personalidade dos clientes?
Eu tento não ter um estilo. Se fosse o meu, seria totalmente minimalista. Mas meus projetos tentam sempre ser assinados pelo cliente, é ele que vai ser o usuário, ele precisa amar estar naquele lugar. O projeto sempre é do cliente. Essa sensação de autenticidade é o que dá a uma casa a sua alma.
ARQ: Qual a importância de ter um profissional assinando a obra?
O bom design une estética, ergonomia, conforto, custo e originalidade. Um toque cultural é também essencial. E boas pitadas de ousadia são sempre bem-vindas. A importância está na tradução que a gente consegue dar ao que o usuário talvez não consiga.
ARQ: O quanto você aposta em tendência e o quanto acredita em estilo?
Se seguirmos muito a tendência, ano que vem estaremos fora de moda né? Para ambientes, acredito que tendência a gente pode seguir utilizando objetos “nômades”, como decoração solta, mas não em mobiliário que não possa ser trocado todo ano. Estilo é diferente, é fundamental ter, é a personalidade ali, a mostra.
ARQ: Podes nos contar uma história de sucesso, algum projeto que se orgulhe e que não vai mais esquecer?
Meu maior orgulho é ter conseguido participar da Mostra Casa Cor RS. Desde a faculdade eu ficava imaginando apenas conhecer os grandes nomes da mostra, poder ser colega de profissão. Estar lá com um projeto assinado é a maior recompensa que eu pude ter até hoje.
ARQ: E na contramão, existe alguma história de insucesso que queira compartilhar? Qual a lição tirada dela?
A gente só chega ao sucesso tendo muito insucesso né? Hehe São muuuitas histórias e muitos móveis pagos por mim. Por erro de detalhamento mesmo. Lição é profissionalismo.
ARQ: Qual o futuro do Design em meio a contínua inovação tecnológica?
A tecnologia me dá medo e alívio ao mesmo tempo. Ainda bem que nossa profissão é dos criativos e a máquina ainda não pode substituir né? (rs)
No nosso ramo, a tecnologia chega não para embelezar mas sim para dar mais tempo de vida para os usuários. É maravilhoso.
ARQ: Se pudesse definir a profissão em uma frase, qual seria?
Não existe nada tão ruim que não possa ser melhorado com a nossa profissão!
ARQ: Pensando em seus clientes, o passar dos anos modificou as prioridades na hora de morar?
Sim, hoje os clientes valorizam muito mais o conforto e a tecnologia.
ARQ: Pensando em mercado, é mais fácil hoje do que quando iniciou sua carreira?
Embora ele esteja muito mais competitivo, é mais fácil hoje pela questão de termos um portfólio grande. É mais fácil também porque a cultura de morar bem está mais na cabeça das pessoas.
ARQ: Pensando em mercado, quais os novos desafios apresentados por ele?
Talvez o maior desafio vai ser a criação de estratégias digitais. Na verdade temos que estar sempre atualizadas e prontas para novos desafios.