Sótão: como aproveitar o potencial desse ambiente

Com a tendência crescente de casas contemporâneas, a presença de sótão tornou-se um privilégio do conceito de telhado aparente, cada vez mais raro em projetos arquitetônicos residenciais. O espaço – muitas vezes subutilizado pela falta de luz e circulação de ar – possui absoluto potencial para transformar-se em sinônimo de personalidade e bom gosto.

Projeto da arquiteta Eliane Fanti para o Anuário ARQ edição 2018. Foto: Renan Costantin.

No Brasil, o espaço situado entre o forro do último andar e o telhado é mais conhecido por ser o local destinado à caixa d´água ou depósito dos moradores. O aproveitamento do sótão é mais comum em casas de norte-americanos e europeus, porém a tendência vem ganhando adeptos por aqui nos últimos anos. O ambiente pode ser transformado em quarto, sala de leitura ou jogos, ou apenas em um cômodo para descanso.

Aproveitamento de sótão como sala de jogos, publicado na edição 2019 do Anuário ARQ pelo escritório Arquitetura Contemporânea. Foto: Renan Costantin.

Alguns desafios, como a dimensão, podem inibir a criatividade dos moradores, o que torna essencial a expertise de um arquiteto na hora de modificar esse local. A seguir, algumas estratégias presentes em projetos dos arquitetos do Anuário ARQ de Arquitetura e Decoração e no Anuário de Arquitetura e Design da Serra Gaúcha.

1- Utilização do branco

Por serem espaços pequenos, e com dimensões diferenciadas devido a inclinação dos telhados, o visual pode se tornar um pouco compacto e opressivo. Uma maneira de contornar essa condição é a aplicação da cor branca, desde a pintura das paredes e teto até no mobiliário. Cores claras atenuam o visual expressivo das vigas, e dão vida ao ambiente de forma clara e funcional. A suavidade do tom quebra os padrões duros deste elemento que pode tornar o visual do ambiente mais bruto que no restante da casa.

Cores claras atenuam o visual expressivo das vigas, e dão vida ao ambiente de forma clara e funcional. Projeto da arquiteta Eliane Fanti para o Anuário ARQ 2018. Foto: Renan Costantin.

2- Potencial de paredes baixas para armazenamento

Por, teoricamente, dispor de menos espaço, é imperativo que cada m² seja pensado de acordo com as necessidades do planejamento do ambiente. Soluções em armazenamento sob medida, dispostas em paredes de diversas metragens e angulações, aproveitam ao máximo a funcionalidade dessas áreas diferenciadas. Veja no exemplo abaixo, da arquiteta Débora Giardin para o Anuário de Arquitetura e Design da Serra Gaúcha 2018, que aproveitou a angulação da parede para a implementação de uma estante prática e cheia de charme.

Aproveitamento de paredes angulares pela arquiteta Débora Giardin. Foto: Renan Costantin.

3- Ventilação e iluminação

Um dos principais obstáculos na reforma do sótão é a limitação com relação a luz natural e a ventilação. Caso haja possibilidade, a instalação de janelas ou claraboias auxilia nesse ponto. Importante lembrar que a instalação de janelas mais largas auxilia na projeção de um ambiente claro e bem ventilado, algo que geralmente não acontece com os sótãos convencionais.

Aplicação de janelas como forma de incrementar a iluminação natural do espaço. Projeto da arquiteta Débora Giardin. Foto: Renan Costantin.

Para aliar o conforto, principalmente na utilização como dormitório, um bom tratamento térmico no forro entre o telhado e as paredes é essencial, devido a incidência direta de sol, bem como o frio no inverno.